16 de abr. de 2009

Blogando quem lê

Obra em Progresso de Caetano Veloso:

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Gil: “entro na velhice”, foi o que escrevi. Não “entro para a velhice”. Sua troca de preposição parece revelar que tipo de inquietação a frase lhe causou. Mas é apenas uma constatação. Se Ricardo e Marcelo se aproximam da idade adulta, se Moreno e Pedro estão no seu auge, eu entro na velhice. Ou, dito de outro modo, igualmente objetivo: os primeiros têm 27 anos, os outros dois têm 36 e eu tenho 66 (faço 67 em agosto). Mas, veja bem, é “entro”. Isso dura. E hoje em dia 66 é infância da velhice. Não estou demasiadamente preocupado. Aliás, não estava nada preocupado quando escrevi: se estivesse, acho que não escreveria.


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Inferência do texto: a vitalidade de quem produz e reconhece, humildemente, que a obra está em progresso.