8 de jul. de 2009

Resumo do Livro FREE do Chris Anderson (e do Debate também)

"Nós não vamos pagar nada, é tudo Free!
Tá na hora agora é Free"
(música ALUGA-SE, Raul Seixas)

No livro Free - The Future of a Radical Price, Chris Anderson fala sobre as muitas empresas que oferecem de graça seus produtos/serviços e estão ganhando muito dinheiro.

Para alguns negócios, ele afirma que oferecer a preço zero será INEVITÁVEL. Deverão engolir o choro e procurar formas adjacentes de lucrar (para terror de gravadoras, editoras, jornais e outros dinossauros midiáticos)

E não pára aí, diz ainda que o Grátis irá REVOLUCIONAR a economia, o marketing e a sociedade... ai já viu né? Trocentas pessoas idolatrando e ridicularizando o livro!

Causou até um Debate de Titãs (Malcolm Gladwell criticou Anderson, Seth Godin disse que Malcolm está Errado) e agora todo mundo tá dando seu pitaco! Inclusive eu né rsrs

A questão central do Free Debate é se o Grátis é uma força tão revolucionária assim, ou se é apenas mais uma forma de preço.

O pessoal que é contra, argumenta que "não existe almoço grátis", alguém sempre paga a conta, e com aumento das ofertas grátis, isso será insustentável.

Mas ao ver tantas empresas lucrando com software grátis, música grátis, notícias grátis, educação grátis, celulares grátis, passagens aéreas grátis, etc; e casos como Wikipedia, Linux, blogs e outras comunidades, onde milhares prestam serviços sem ganhar dinheiro em troca... não seriam indícios de grandes mudanças?

Eu já falei das minhas preocupações sobre a ascensão do grátis: monopólios, amarração do consumidor, falta de inovação, lixo tecnológico, insustentabilidade, desperdício...

Mas depois que li os argumentos a favor, acho o lance vai ser mesmo oferecer de graça tudo que pode ser copiado, e cobrar o que não se copia, com tudo de bom e de ruim que vier com isso.

Veja os Melhores Trechos/Resumo do que li sobre Economia "Free":

Vou começar com ele, que criticou o livro e acendeu o pavio da discussão na internet.

É colunista do The New Yorker e autor dos bestsellers Tipping Point, Blink, Outliers.

Eu não gosto dele. O Tipping Point é um livro legalzinho, mas nem consegui terminar o Blink e o Outliers :-P, mas tem gente que acha ele o máximo.

Veja o artigo dele aqui:
Malcolm Gladwell reviews Free - The New Yorker

Seria bom saber como um negócio pode ser reorganizar em torno de pessoas que trabalham por "recompensas não-monetárias". Isso significa que o New York Times deveria ser composto por voluntários?

Grátis não é uma Lei de Ferro, é apenas um tipo de preço, e preço são definidos por agentes individuais, em conformidade com o mercado.

Esse é o autor do livro. É editor chefe da Wired e autor do bestseller The Long Tail, que achei MUITO BOM e também foi discutido e citado até a exaustão na Internet (veja na wikipedia e uns slides).

O Anderson diz que a Economia Free é viável uma vez que infraestrutura digital está disponível de graça, consumidores amam coisas grátis e o mercado criado pelo grátis pode gerar muito dinheiro.


Tipos de Modelos de Negócio, baseados no Grátis

Freemium - produtos/serviço simples é grátis, paga-se pela versão premium com recursos adicionais, como software e serviços web, e alguns tipos de conteúdo. Pode ser limitada por tempo de uso, por menos recursos, por número de licenças ou por tipo de usuário.
Quem se beneficia: os usuários de versões básicas.

Propaganda - produto/serviço grátis, exibe propaganda paga por anunciantes através de conteúdo, serviços, software e etc.
Quem se beneficia: todo mundo.

Subsídio - produto/serviço grátis que ao ser adquirido estimula a compra de algum outro produto/serviço.
Quem se beneficia: todos dispostos a pagar, eventualmente.

Custo marginal zero - coisas que podem ser copiadas e distribuídas sem custo, como produtos digitais.
Quem se beneficia: todo mundo.

Permuta de Trabalho - quando utiliza trabalho do usuário, como sites de votação ou fóruns de respostas.
Quem se beneficia: todos os usuários, desde que usar esses sites crie algo de valor.

Doações e voluntariado - tudo que é oferecido sem esperar dinheiro em troca, como no caso de software open-source e conteúdo gerado pelos usuários.
Quem se beneficia: todo mundo

O Chris Anderson cita no seu livro 50 modelos de negócios free, que se enquadram nessas 6 categorias acima.

Contra-argumentos ao Grátis

1. Não existe almoço grátis
Ok, verdade, mas a diferença na Free Economy é que provavelmente não será você que vai pagar o almoço. Alguém aqui paga para usar Gmail? Não, mas os anunciantes pagam para o Google.

2. Sempre tem alguma intenção maldosa por trás do Grátis
Pode acontecer às vezes, mas no geral, o produto tem algumas limitações, não terá um bom suporte para resolver problemas e só.

3. Grátis é sustentado pela propaganda, e há limite para isso
Já vimos acima, que existem outros modelos grátis não sustentados pela propaganda.

4. Grátis leva a menos privacidade
Depois de publicar no orkut dezenas de fotos da bebedeira da última festa, é tão pior assim ganhar um desconto em roupas baseado no seu padrão de consumo?

5. Se não custa nada, ninguém dá valor
Atenção e reputação também são formas de valor. Convertê-las em dinheiro não costuma ser difícil.

6. Grátis desestimula a inovação
É fácil combinar, refazer e construir em cima de coisas gratuitas.

7. Grátis agrava o Consumismo Excessivo
Verdade, mas as pessoas estão se conscientizando do impacto do seu consumo e quando nos referimos ao mundo digital, dos bits&bytes, isso não é um problema sério.

8. Grátis está criando uma geração que não dá valor a Nada
Eles sabem diferenciar o que é virtual, de baixo ou nenhum custo; daquilo que é único, incomparável, que vale a pena pagar para ter.

9. Não dá para competir com o Grátis
O jeito de competir é deixar grátis o que é grátis e achar o que é escasso. Se software é grátis, venda o suporte. Se o seu trabalho pode ser feito por um software, coloque-se em problemas que ainda precisam de seres humanos.

10. Dei de Graça (sem piadinhas aqui hein) e não ganhei muito dinheiro
Oferecer tudo de graça não vai te fazer rico. Você tem que ser criativo e pensar em como transformar a reputação e atenção em dinheiro.

11. Grátis prejudica os Profissionais em favor de amadores, abrindo mão da qualidade
Aqueles que são pagos para fazer sofrerão concorrência daqueles que fazem por razões monetárias, e vão ganhar menos por isso. Mas podem se posicionar como professores e editores para aprimorar o trabalho dos amadores.

Regras da Economia Grátis

1. Se é digital, cedo ou tarde será gratuito.
2. Átomos também querem ser gratuitos, mas não tanto.
3. Não tem como parar isso
4. É possível fazer dinheiro a partir do Grátis
5. Redefina seu negócio
6. Se vai ser grátis, seja o primeiro a oferecer grátis
7. Cedo ou tarde, você terá que competir contra alguém Grátis
8. Se algo é muito barato para ser regulado, pare de regular.
9. Toda abundância cria uma nova Escassez. Encontre-a.
10. Administre a abundância, não a escassez de recursos.


Veja o texto completo:
Blog do Nicholas: Resumo do Livro FREE do Chris Anderson (e do Debate também)