31 de mai. de 2009
Mancha negra sobre o Maranhão
29 de mai. de 2009
O programa "Fenômeno UFO"
28 de mai. de 2009
Morolinha, (enquanto não vem a CPI do formigueiro)
"
Aqui, em São Luís, dá prá ver com clareza a crise mundial.
Outro dia, só havia quatro navios ancorados na Baia de São Marcos, esperando para levar o minério de Carajás, não sei pra onde.
Hoje, são 20 navios ancorados na Baia de São Marcos, esperando para levar uma riqueza que ninguém fiscaliza.
Nem a CGU tem coragem, nem a Polícia Federal se interessa.
Coisas da Ordem Mundial.
− Inveja pura, retruca meu inconsciente.
Pode ser inveja (os ressentidos são os primeiros a quebrar a ordem), mas, como os invejosos são necessários, eu penso que se devia dar uma olhada na EMPRESA MARANHENSE DE ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA – EMAP, que, aliás, não tem site, logo não tem ( que coisa horrível!) transparência virtual.
Consegui apenas este documento : Arrendamento do Porto Itaqui – 2001. "
Anos de Estudo do Maranhão
O Maranhão está também em situação desfavorecida em outro indicador. Na média de anos de estudo de pessoas 25 anos e mais, o estado : está entre os três piores do Nordeste. Depreende-se da leitura desses números que, no Maranhão, a quantidade de anos de escola, entre a população com mais de 25 anos é menor que a maioria dos estados nordestinos. Reforça-se, assim, numericamente a injustificável defasagem educacional do Estado no âmbito regional.
Para um estado, cuja capital já foi chamada de Atenas Brasileira, esses índices são vergonhosos.
27 de mai. de 2009
25 de mai. de 2009
23 de mai. de 2009
22 de mai. de 2009
19 de mai. de 2009
Vaso trincado
"Há uma história, lida não sei onde, que diz que um rei muito poderoso mandou comprar vasos novos. O encarregado, muito zeloso, chegou à loja do fabricante de vasos e começou a bater suavemente nos vasos expostos. Perguntado por que assim o fazia, respondeu:
− O rei exige apenas os vasos perfeitos, se houver algum vaso trincado, este deve ser eliminado.
Essa história é muito repetida nos meios religiosos com a interpretação da exigência de Deus por espíritos perfeitos. Serve para ilustrar as regras moralizadoras de cada credo. Uma história tem um poder de persuasão maior que uma sentença legal.
Há outro aspecto da história moral, que não interessa muito à moral religiosa, mas que me dói perguntar:
− E como ficam os vasos trincados? Devem ser relegados ao fogo eterno?
Somos humanos, somos falíveis, somos imperfeitos. Dificilmente, até onde os olhos alcançam, veremos um anjo entre nós. O rei não encontrará seu vaso perfeito preferido.
A idéia que podemos alcançar a perfeição é tão absurda quanto o desejo de tornar perfeito um vaso trincado.
Somos condenados à imperfeição, ou se preferires comigo, condenados à humanidade. "
16 de mai. de 2009
15 de mai. de 2009
The Disclosure Project - vídeo 1
13 de mai. de 2009
12 de mai. de 2009
11 de mai. de 2009
10 de mai. de 2009
9 de mai. de 2009
Vaticano lança calendário com jovens padres
7 de mai. de 2009
Xian Xu e os Mongóis
Em 658, o pequeno reino de Lu Xian Xu, o Sábio, ao norte do Rio da Fertilidade, foi invadido pelos mongóis. Os mongóis eram terríveis. Depois de reduzirem a papa os campos de arroz do povo de Xian Xu, queimaram suas vilas, uma a uma, e chegaram por fim à cidade real. A bela Tsuido Hen consistia apenas no palácio do monarca cercado de ruas labirínticas, e os mongóis entraram pisoteando com seus cavalos peludos o labirinto, que era de papel e bambu, e foram direto ao palácio. Puseram-se então a destruí-lo, como haviam feito com colheita, crianças, adultos, cidades, esperança.
Enquanto seu palácio ardia, Xian Xu, o Sábio, entrou nos aposentos de suas onze esposas e, anunciando a derrota, ordenou que o seguissem. Pegariam a passagem secreta – a última esperança. Arrastando aquela cauda de mulheres assustadas, Xian Xu venceu o corredor com passos apressados e abriu de par em par as portas do salão abobadado da Grande Biblioteca, um aposento de vitrais altos e piso de mármore onde se assentava o xadrez das prateleiras repletas de arcanos teológicos e criacionistas, poéticos e terapêuticos, morais, filosóficos, míticos e cômicos.
O Sábio avistou então Suri Kuoda, o jovem bibliotecário, espanando poeira de uns volumes grossos. Sorriu. A esperança tinha mesmo muitas vidas.
– Você vai na frente – disse.
Salvando Suri Kuoda, Xian Xu dava-se conta de repente, salvava tudo. A memória prodigiosa do bibliotecário levaria consigo a Grande Biblioteca, ou pelo menos a melhor parte dela: os poemas eróticos de Tsi Eh, as anônimas Revelações Azuis, toda a hermenêutica de Lishmura. Os mongóis trovejavam perto dali. Uma pedra atingiu um vitral, abriu-lhe um dente. Tendo Suri Kuoda a seu lado e as onze esposas em seu encalço – era um estranho séquito o que fugia pela biblioteca, rumo ao alçapão atrás da última prateleira, de onde dariam nos subterrâneos inexpugnáveis – Lu Xian Xu ia ferido, triste como um viúvo, mas sereno e orgulhoso. A inestimável cultura de seu povo teria um futuro.
Estavam a poucos passos do alçapão quando ouviu-se um grito bestial, e um homem pendurado numa corda atravessou um dos vitrais, espatifando-o. Só então o futuro ficou claro para Xian Xu, e não era o que ele tinha imaginado. O mongol, careca como um ovo, depois de cair de pé no parapeito, tirou arco e flecha e zum, tuc, de repente tinha um pedaço de pau espetado no coração de Suri Kuoda.
Lu Xian Xu viu a ponta da flecha saindo das costas do bibliotecário e compreendeu. Mandando suas esposas imitá-lo, sentou-se no meio do corredor de livros, no mármore frio, de pernas cruzadas, e esperou a morte.
copiado sem autorização de Sergio Rodrigues
6 de mai. de 2009
A conversão
Ele estava se convertendo a alguma religião evangélica. Não havia no grupo a empolgação de ter encontrado a ovelha há muito perdida. Havia uma seriedade calculada e talvez um certo mal-estar pelo peso daquele resgate. Era apenas uma obrigação para o pastor – uma difícil obrigação, a que ele se entregava preocupado.
Deram-se as mãos em círculo. Rezaram o Pai-Nosso. Alguém fez uma prece, ao que foi seguindo por outro e mais outro até chegar ao convertido. Este cabisbaixo, meditabundo, derrotado, balbuciou algumas palavras do fundo do coração: "que meus filhos possam enfrentar com segurança um mundo de gente má e envergonhada".
Sim, era aquilo que o pastor temia. O mal-estar do grupo aumentou. Desfez-se o círculo. Cada um falou palavras consoladoras, com mais ou menos cinismo.
Nos meses seguintes, o convertido sentiu o peso da rejeição. Tratavam-no com secura e indiferença como se fosse um estranho no ninho. No fundo do coração, porém, estava puro na sua verdade. Os outros nadavam sobre o nada. Faziam grande esforço para compreender o Cristo e sua história de bondade e renúncia. Permaneciam no distanciamento dos rituais e das práticas convencionais, não queriam perder a segurança do mundo conhecido.
Ele, ao menos, havia alcançado um pouco da sabedoria de aceitar as imperfeições alheias. Aprendeu a identificar a dor de cada um. Olhava o pastor e via um homem com grande desejo de poder, condenado a, todo domingo, dizer palavras consoladoras a uma multidão que desprezava. Via as senhoras gordas querendo ser amadas e amadas. Via os homens taciturnos, cada um com seu mistério.
O domingo era bom, apesar de tudo: era o dia em que a rejeição ensinava humildade.
5 de mai. de 2009
4 de mai. de 2009
Os Indigentes do Maranhão
Eu sei que indicadores econômicos não doem.
Eu sei que estamos mais preocupados com nossos almoços e preferimos falar de nossos talheres. Preferimos banhar em nossas piscinas, beber um pouco de vinho e dormir satisfeito depois de uma "visita social".
Mas alguns, naturalmente sádicos, que, como eu, gostam de desafinar o coro dos contentes, preferem espalhar o perfume de certa infelicidade, que, afinal, sempre faz a festa terminar mais cedo.
Senhoras e Senhores, vou apresenta-lhes o percentual de
DOMICÍLIOS INDIGENTE no Estado do Maranhão, ou seja, a proporção dos domicílios com renda domiciliar per capita inferior a linha de extrema pobreza.
Esse indicador, produzido pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), nos informa que em 2007, o Maranhão possuía 19% de DOMICÍLIOS INDIGENTES, ficando em primeiro lugar na região Nordeste neste indicador de infelicidade. Percebam que, nesses anos todos, o Maranhão quase sempre manteve a honrosa posição de primeiro colocado. Além disso, entre 2003 e 2007, reduziu o indicador de casas de taipa em 32%, enquanto os outros estados reduziram em mais de 40%.
Pobreza - domicílios indigentes |
MA-Maranhão | 28% | 29% | 22% | 20% | 19% |
PI-Piauí | 29% | 23% | 23% | 21% | 17% |
AL-Alagoas | 28% | 25% | 21% | 18% | 16% |
CE-Ceará | 21% | 19% | 19% | 15% | 15% |
PE-Pernambuco | 25% | 22% | 19% | 15% | 14% |
PB-Paraíba | 20% | 19% | 15% | 11% | 13% |
BA-Bahia | 22% | 17% | 16% | 13% | 12% |
RN-Rio Grande do Norte | 19% | 17% | 14% | 11% | 12% |
SE-Sergipe | 17% | 13% | 13% | 11% | 11% |
Esses mesmos valores em gráfico:
3 de mai. de 2009
Pensar alternativo
O caminhar perguntando do Caracol de Caratateua e os novos ajuris
Por Zezta Internacional 02/05/2009 às 22:05
Já dura três meses a vivência no Caracol de Caratateua. Três meses em que jovens saídos de centros urbanos refletem sobre as possibilidades revolucionárias a partir da experiência cotidiana na "periferia" de Belém. Falando menos e ouvindo mais, reavaliando as referências teóricas dos centros políticos que carrega(va)m, aprendendo a ser "derrotados" pelos que desejam que se levantem da condição de opressão... Esperam que o Caracolteua seja um espaço autônomo de encontros, onde se articulem as lutas do campo e da cidade para que deixem de ser "centro" e "periferia", e onde possam ser inventadas novas formas de luta. A experiência começou a partir do convite publicado no CMI para o primeiro "ajuri do Caracol", feito pela rede de inspiração zapatista Flor da Palavra no ímpeto de criar um espaço autônomo permanente e para se cultivar a comunicação e a solidariedade.
Em seu lento rastejar em meio à lama, lixo, violência urbana, "pobreza", destruição das matas e igarapés, danças, sabedorias, frutas, carimbó e outras resistências cotidianas, o Caracolteua avançou seu primeiro decímetro. Está desenvolvendo um projeto de horticultura comunitária com estudantes de uma escola pública, comprou um terreno com as doações do primeiro ajuri e vem convidando braços e corações para construção de sua sede. É o segundo ajuri que começa, e do qual você também pode participar! "Ajuri" é a prática tradicional dos povos da Amazônia, na qual grupos e pessoas se unem numa solidariedade rotativa, participando coletivamente dos trabalhos de uma comunidade ou família de cada vez.
No dia 25/4, sob chuva e garoa, foi feito um mutirão para levantar a estrutura de madeira do teto, que foi preparada nos dias anteriores: "Vieram três voluntários de Belém, veio o apoio de um caboclo pai d´égua de Caratateua com muitos conhecimentos práticos e 'científicos' que na semana passada nos apresentou alguns segredos da floresta, numa caminhada pelas trilhas da Faixa Verde. O Ronafar [ativista da música e do artesanato de instrumentos musicais] não pôde ir, mas está sempre dando uma força. Conseguimos fazer fogueira debaixo de chuva para o rango, marcamos e cavamos os buracos para a fundação e neles colocamos os esteios. A casa-base do Caracolteua começa a tomar forma... Aprendemos a trabalhar com a estirpe do açaí. Açaí reciclado que as pessoas cortam e jogam por toda a ilha será provavelmente a base do trançado das paredes de barro. Para conseguir o barro, provavelmente cavaremos um poço."
SAIBA COMO FAZER DOAÇÕES OU PARTICIPAR DOS AJURIS DE MAIO/JUNHO E JULHO
SEMANA ZAPATISTA EM SÃO PAULO DE 4 A 8 DE MAIO ORGANIZA SOLIDARIEDADE AO CARACOL
Conexões: Informativo do Caracol número 1 | Avaliação amazonense do primeiro ajuri | Avaliação de um blogueiro sobre o primeiro ajuri | Wiki cedida à Flor da Palavra | Nova wiki cedida à Flor da Palavra
Editoriais anteriores do Caracol: Voluntárias alugam "casa base" no Outeiro para o ajuri do Caracol | Feliz 2009: participe do ajuri do caracol de Outeiro
Outros eventos da rede Flor da Palavra: Flor da Digna Raiva (Cidade do México 2008) | Flor do direito à moradia (Curitiba 2008) | Flor das mulheres indígenas (Tefé 2008) | Flor em assentamento do MST (Maringá 2008) | Pré-Flor da Palavra Curitiba e Floripa (2008) | Flor da Vila Pescoço (Tefé 2008) | Flor Casa das Pombas (Brasília 2007) | Flor Indígena (Tefé 2007) | Flor Punk (Brasília 2006) | Flor Anti-Calderón (Marília 2006) | Flor dos Movimentos Rurais (Tefé 2006) | Flor Sampa (2006) | Flor Rizoma de Rádios (Campinas 2006)
Aos que quiserem chegar junto para participar da experiência da (bio)construção, há uma casa próxima ao terreno alugada pelos caracólicos onde novos voluntários podem se alojar. Basta trazer suas redes ou barracas para a casinha da rua São Miguel 160, bairro da Brasília, ilha de Caratateua, em frente ao muro da Sotave.
O Caracolteua precisa, ainda, de colaboração para a compra de materiais (ou doações de materiais como palha para telhado, bons refugos de madeira e cerâmica, etc) ainda em maio, via doações pessoais ou realização de eventos de solidariedade. Os depósitos podem ser feitos na conta de Zacarias (Banco do Brasil, agência 1551-2, conta poupança 10880-4, variação 1). Para haver transparência, é importante que se informe o valor das doações feitas na lista Flor da Palavra (palavra@lists.riseup.net). Doações em espécie também são bem vindas, e temos já uma lista das prioridades mais urgentes:
- Tesoura grande - Chaves de fenda, estrela, alicate, etc... - Ralador de cozinha (tentamos fazer um q nao deu muito certo...) - Liquidificador - Peças de bicicleta - Rastelo ou ancinho - Material de escritorio - Algum clown pra trazer pancake em julho? - Material para instalações elétricas (bocais, interruptores, fios, etc....) - Assinatura de jornais e revistas (só temos acesso ao 'O Liberal", gratuito aki) - Ferramentas de jardinagem - Plainador - Mudas de ervas medicinais, sementes - Livros para a biblioteca
O endereço para correspondência e doações em espécie é Rua Marechal Deodoro da Fonseca, n. 610. Bairro Brasilia, Ilha de Caratateua, Distrito de Outeiro, Belem-PA. CEP: 66845-000.
Em julho, pessoas desterritorializadas e de diversas localidades prevêem um mês de encontros caracólicos para a realização de oficinas (permacultura, mídia livre, naturologia), debates (autonomia, lutas anti-sistêmicas, auto-gestão, democracia direta), jornadas de estudo e de prática (zapatismo, lutas populares amazônicas). Toda a programação está em aberto e todos estão convidados a construir e colaborar junto com a da rede Flor da Palavra e com a comunidade de Caratateua (para entrar na lista mande e-mail em branco para palavra-subscribe@lists.riseup.net).
As imagens publicadas neste editorial são do Encontro da Amizade, realizado na ilha em 31/1/2009 pela rede Flor da Palavra e movimentos de Caratateua, marcando o nascimento do Caracolteua.
Copiado sem autorização do CMI Brasil