18 de jan. de 2009

A Parábola da Viúva Importuna


   (Lucas, capítulo 18º, versículos 1 a 8)

Havia, numa cidadezinha da Palestina, um juiz que não respeitava nem Deus nem os homens.


Em lugar de dar o bom exemplo, honrando a posição que ocupava, esse juiz zombava de tudo que se referisse às coisas de Deus. Declarava-se ateu e não respeitava as crenças alheias.


Era também injusto nos seus julgamentos. Não procedia corretamente nem no tribunal nem no lar. Era um homem desleal nos seus pareceres e sem bondade para com aqueles que o procuravam, cheios de confiança. O maldoso juiz não tinha boa vontade para atender a ninguém. Muitas vezes mandava di­zer que não estava em casa, quando pessoas pobres iam ao seu encontro. Se estava no tribunal, era sem­pre com má vontade e indelicadeza que atendia os que se aproximavam dele; depois de muito espera­rem, era quase certo receberem do juiz um “não” às súplicas mais comoventes e aos pedidos mais justos.

Vivia também nessa cidade uma pobre viuva. Era muito doente e tinha dois filhos menores, que haviam nascido defeituosos. Seu marido, morto num desastre, lhe havia deixado uma pequena casa e uma pequena propriedade numa aldeia próxima. In­felizmente, o sócio de seu esposo era um homem deso­nesto. E agora, vendo que a pobre mulher, doente e abatida, tendo de cuidar dos filhinhos enfermos, não poderia dirigir a pequena propriedade, o sócio cobi­çoso tomou conta das terras, dizendo a todos que comprara aquela propriedade da viúva.

A pobre mulher foi ao encontro do antigo ami­go de seu esposo e pediu-lhe que não lhe tirasse aque­le pedaço de terra, que era a única fonte de sustento para ela e seus filhinhos doentes. Mas, o homem, duro de coração, não quis atendê-la. E ainda zombou dela.


A viúva resolveu, então, apelar para o juiz.

Todos lhe diziam que era inútil, que o juiz não atendia aos pobres... Ela, porém, não desanimou. Foi à casa do magistrado. Um servo veio dizer que o juiz não estava em casa. Não era verdade isso, pois, ela o vira,minutos antes, à sombra de uma videira, no horto de sua casa.

Humilhada e triste, voltou para o lar, para junto dos filhinhos. Não desanimou, porém. No dia seguin­te, retornou à casa do juiz. Outra mentira, e ela não foi recebida. Voltou muitas vezes. Muitas outras o procurou no tribunal, até que, um dia, pôde dizer-lhe:

Senhor Juiz, faze-me justiça, pois o sócio de meu falecido esposo se apossou da propriedade que me pertence e que é o sustento de meus filhinhos. Defende-me do meu adversário...


O juiz prometeu intervir junto do sócio desones­to, mas, nada fez. Outra vez, e mais outra, e várias outras, a viúva incansável procurou o juiz, rogando-lhe que lhe fizesse justiça.


O magistrado estava imensamente aborrecido com aquelas constantes visitas da viúva. Ela o pro­curava no tribunal e em casa, sempre com o mesmo pedido: “Faze-me justiça contra meu adversário, Se­nhor Juiz!”


Por fim, ele disse a si mesmo: “Eu não temo a Deus, nem respeito os homens. Mas, essa viúva não me dá sossego, sempre a importunar-me com o mes­mo pedido, sempre a suplicar-me justiça... Bem, eu não dou valor à justiça, nem me incomodo com as misérias alheias... mas, para que essa mulher não mais me aborreça, vou fazer-lhe justiça. ..“


E mandou um oficial chamar o homem desones­to. Verificou, conforme a viúva lhe dissera, que ele não tinha direito às terras. Devolveu a propriedade e as plantações à pobre mulher, fazendo-lhe, assim, justiça, para felicidade dela e das pobres crianças.



*

Jesus contou esta Parábola da Viúva Importu­na, filhinho, para que nós aprendêssemos — é Ele quem diz — a”orar sempre, sem nunca desanimar”.


Ore sempre, meu filho, esperando com toda a confiança as bênçãos do Pai do Céu.


Tudo que você suplicar a Deus, se seu pedido for justo (como o pedido da viúva), pode ter a certeza de que Deus o atenderá, com o amor de Seu divino co­ração paternal.


Não tenha dúvida, filhinho: toda súplica justa é ouvida e atendida por Deus.


Jesus, depois de contar a parábola ao povo, dis­se: Recordai as palavras do juiz injusto. Se esse homem maldoso fez justiça à pobre mulher, muito mais Deus fará justiça àqueles que merecerem, aos que lhe pedirem, como a viúva pobre, o que for ho­nesto e justo.”


Não esqueça a lição da parábola. Peça a Deus somente o que for bom e justo. Rogue as bênçãos divinas para você, para seus paizinhos, para os ma­ninhos, para seus parentes, para seus vizinhos, para os pobres, para os doentes, para os órfãos, para os pecadores. Rogue para você e para todos as bênçãos da paz, da luz, da saúde e da fortaleza espiritual. Se você orar, cheio de fé, Deus atenderá você. Talvez não atenda tão depressa como você deseje. Por que será? Será que Deus deseja ouvir muitas vezes o mesmo pedido? Não, filhinho, mil vezes não. Nós éque nem sempre estamos com a mente e o coração preparados para receber a Resposta divina. Por isso, devemos “orar sempre, sem nunca desanimar como Jesus ensinou, a fim de purificar nossa mente e nosso coração para ouvir e sentir as respostas de Deus.


Filhinho: uma alma digna só pede a Deus o que é digno. Uma alma justa só pede a Deus o que é justo. Por isso é que Deus atende os pedidos justos e dignos: as almas dignas e justas MERECEM as bênçãos do Alto.


Existe, meu filho, uma lei do mérito funcionando na Terra e na Eternidade. Se merecermos, recebe­remos sempre. Procuremos, para nosso bem, merecer, fazendo a vontade de Deus, hoje e sempre...